Provavelmente, a síndrome de Down sempre tenha existido entre os seres humanos, entretanto só foi formalmente descrita em 1866, por John Langdon Down.

No texto de 1866, Down descreve detalhadamente os sinais físicos da síndrome, tais como: cabelo liso e ralo; rosto largo e achatado, sem proeminências, face arredondada; olhos oblíquos, fissuras palpebrais estreitas, lábios grandes e grossos, com fissuras transversais; nariz pequeno; pele com pouca elasticidade, parecendo ser grande demais para o corpo. As semelhanças entre as pessoas que apresentavam essas características eram tão notórias, que o autor afirma que elas poderiam pertencer à mesma família.

Outras características foram observadas por Down, por exemplo, a capacidade de imitar, o senso de humor, a dificuldade na fala e linguagem e a dificuldade motora. Essas características e dificuldades foram apontadas, mas o autor reconheceu a possibilidade de desenvolvimento das pessoas que as apresentavam. Sugeriu que a capacidade de imitação fosse aproveitada e utilizada em atividades de vida prática, a dificuldade da fala poderia ser diminuída por meio de exercícios da língua, o que indica que Down identificou a hipotonia desse órgão e ele recomendou também o treino motor sistemático, para que a coordenação motora fosse aperfeiçoada, melhorando a habilidade de manipulação de objetos.

Em 1959, Jéròme Lejeune descreveu a alteração genética presente na síndrome de Down, a trissomia do cromossomo 21 (PENNINGTON et al., 2004), que provoca alterações em muitos aspectos do desenvolvimento físico e cognitivo da pessoa.

A síndrome de Down acontece em um entre seiscentos nascidos vivos (PENNINGTON et al., 2004) e pode ser detectada antes do nascimento, por meio de exames como a amniocentese e amostra de vilocorial.

Porém, na maioria das vezes, é diagnosticada logo após o nascimento e é recebida com surpresa, e muitas vezes choque, pelos pais (SILVA e DESSEN, 2004).

O fato de ter um fenótipo facilmente identificável e de ter sido alvo de um intenso trabalho de divulgação, feito principalmente pelas famílias de pessoas que têm essa síndrome, tornou-a conhecida pela população em geral.

Isso facilita a aceitação tanto dentro da própria família como na comunidade e, assim, têm sido ampliadas as oportunidades de inclusão social das pessoas com síndrome de Down.

As sugestões de John Langdon Down, feitas em 1866, já associavam o potencial de desenvolvimento de pessoas que têm a síndrome à estimulação proporcionada pelo ambiente e, nas últimas décadas do século XX, foram organizados programas de estimulação precoce com o objetivo de maximizar as possibilidades de desenvolvimento motor, mental e sócio emocional da pessoa que tem síndrome de Down.