É inegável que a desigualdade social entre as pessoas faz parte de nossa sociedade. Embora seja democrática, as condições de cada indivíduo levam a diferenças no aproveitamento das oportunidades que cada um tem.
A existência de movimentos sociais que lutam pelos direitos de minorias ou de grupos de pessoas que apresentam diferenças significativas e a existência do Programa Nacional dos Direitos Humanoscomprovam a necessidade de lutar pela igualdade e equidade social para que todas as pessoas possam desenvolver seu potencial e participar ativamente da sociedade de acordo com suas condições.
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, de 2015, busca garantir os direitos de pessoas com deficiência e visa assegurar a inclusão social e a cidadania desse grupo social.
Essas leis buscam garantir os direitos, mas esta garantia está longe de assegurar que as pessoas não estarão expostas a situações que as colocam em condições de humilhação e tratamento não humano.
Por isso, há que se manter alerta e fortalecer as ações sociais que facilitem a inclusão de grupos até agora segregados.
O desenvolvimento humano acontece dentro de um ambiente social que proporciona as condições necessárias para a aquisição de competências e habilidades. Ou assim deveria ser, pois alguns ambientes são desfavoráveis para o desenvolvimento. Mas, este é outro assunto.
Assim, para que o ser humano torne-se efetivamente humano e desenvolva seu potencial, que é variável de pessoa para pessoa, mas que sempre está lá para ser explorado, há necessidade de um ambiente favorável. Um exemplo da importância do ambiente para o desenvolvimento humano encontra-se na síndrome de Down.
Essa síndrome é consequência de uma alteração cromossômica, a trixsomia do cromossomo 21. Até agora não é possível alterar essa condição quando ela ocorre, mas mudanças no ambiente em que a pessoa vive muda o curso de seu desenvolvimento. Até meados do século XX, pessoas com síndrome de Down tinham poucas oportunidades de se desenvolver na família, na escola e na sociedade em geral. Viviam segregadas.
A abertura de oportunidade e a melhor compreensão da própria síndrome, levaram a condições mais favoráveis de vida. Agora pessoas com síndrome de Down podem fazer parte da família, estudar em escolas comuns, trabalhar e ter vida independente.
Tudo consequência das mudanças sociais, pois a síndrome ainda não tem cura, mas as pessoas que têm a síndrome podem se desenvolver.