A idade adulta é o período da vida humana em que, geralmente, se define o papel social, destacando-se o lugar profissional, o conjugal e o parental. Um dos eventos centrais para a vivência desses papéis é o distanciamento dos pais, ou seja, a emancipação psicológica que permita a independência emocional.
A independência emocional possibilita a escolha do parceiro, a construção de uma relação afetiva e a constituição de uma nova família. A escolha do trabalho também é um dos pontos fundamentais da idade adulta, sendo que essa escolha é influenciada por diversos fatores, como: sexo, grupo étnico, formação escolar, valores familiares e características e comportamento da própria pessoa.
Na idade adulta, a pessoa com Síndrome de Down encontra opções de vida social e profissional limitadas. Oportunidades profissionais começam a surgir, mas é difícil para a maioria das pessoas que têm a Síndrome, tanto porque essas oportunidades são limitadas como porque elas nem sempre têm as habilidades requisitadas desenvolvidas.
A ocupação é um fator importante para a vida saudável, independentemente de se caracterizar como uma profissão e possibilitar renda, pois ao desenvolver uma atividade participativa e produtiva, a pessoa que tem a Síndrome pode elevar sua autoestima, pode ampliar seus contatos sociais, desenvolvendo habilidades que a convivência somente no ambiente familiar não permitiria desenvolver, por exemplo, experienciar diversos níveis de proximidade nos relacionamentos e compreender a hierarquia no ambiente profissional.
A preparação para uma ocupação inclui a educação sexual, a experiência em habilitação e reabilitação vocacional e experiência no trabalho.
A educação sexual deve ser feita com o objetivo de ampliar a compreensão dos diversos tipos de relacionamento interpessoal possíveis de acontecer, além das questões biológicas e afetivas da sexualidade.
A vivência de aptidão vocacional possibilita a sondagem de habilidades, para que depois a pessoa possa desenvolver alguma atividade ocupacional ou profissional que esteja de acordo com seu interesse, motivação e aptidão.
A pessoa com Síndrome de Down na idade adulta pode apresentar alterações de saúde, por exemplo, problemas cardiológicos e senilidade precoce, além de depressão, hipotireoidismo ou infecções.
Quando não há alterações importantes de saúde e a pessoa que tem a Síndrome consegue desenvolver habilidades que possibilitam a adaptação social, sua participação social pode ser produtiva.
O trabalho da pessoa com Síndrome de Down é orientada por lei, para que suas condições de vida, por exemplo, frequentar diversos acompanhamentos e terapias, não sejam prejudicadas. A “Lei de Cotas” orienta a contratação de pessoas com deficiência, entre elas as pessoas com Síndrome de Down.
LEI de Cotas
As empresas devem contratar pessoas com deficiência sob a luz da “Lei de Cotas”, a qual se refere à Lei nº 8.213/91 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência social. Na Seção VI – Dos Serviços – Subseção I – Do Serviço social, o Artigo 93 determina que: A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I – até 200 empregados …………………………………….2% II – de 201 a 500 ………………………………………………3% III – de 501 a 1.000 ……………………………………………4% IV – de 1.001 em diante……………………………………..5% A Lei de Cotas existe, pois havia, e ainda há muito desconhecimento acerca das capacidades da pessoa com deficiência e o preconceito continua existindo. Há uma forte tendência da população em geral, e isso se estende aos empresários, de generalizar a deficiência, considerando que a pessoa com deficiência tem limitações em todos os aspectos da vida. Nessa perspectiva, uma pessoa com deficiência intelectual teria também deficiência social, emocional e motora, tornando sua capacidade produtiva muito limitada. A Lei, garantindo o espaço profissional à pessoa com deficiência, possibilita que ela mostre suas capacidades, com isso a empresa não só atende a Lei de Cotas, mas passa a ter também um empregado produtivo, o que exerce influência no clima organizacional, tornando-o mais positivo e mais motivador para os outros empregados. Além disso, a empresa que contrata uma pessoa com deficiência tem um impacto positivo em sua imagem na sociedade e pode ter mais acesso ao público que tem um familiar ou conhecido com deficiência.